O PROCESSO DE AMPLIAÇÃO
A partir de luz, aletos de prata e
químicos, se tem todos os materiais necessários para realizar o processo de
Ampliação em Preto e Branco. Temos que ter cuidado desde a escolha do papel
fotográfico, da maneira como fazemos a
sua colocação na máquina fotográfica, até o processo
de revelação e ampliação.
Durante a revelação no laboratório, os
negativos irão passar por três etapas principais, que serão os banhos no
tanques com os químicos. A primeira etapa acontece no Revelador, podemos dizer
que é o momento crucial, onde precisamos ter mais cautela, devido a presença
dos químicos Melton ou
Elon, hidroquinona, carbonato de sódio, sulfito de sódio e brometo de
potássio, a imagem gravada nos aletos de prata irá ser revelada, deixamos nesse
tanque por um minuto e meio, até dois, dependo da temperatura no momento relacionada
à recomendação do fabricante.
Em seguida mergulhamos no Interruptor,
que é outra fase muito importante para não permitir que as fotografias fiquem
veladas ou percam qualidade. A sua função é justamente interromper a tarefa do
químico anterior, o Revelador. Geralmente se usa uma
solução ácida que tem a propriedade de neutralizar imediatamente a ação do
revelador. Deixaremos apenas trinta segundos, que serão suficientes para
esta função.
Então é a vez do Fixador, também
de grande importância e valia, pois será decisiva no quesito durabilidade e resistência
do trabalho, e também fará com que o papel perca a sensibilidade à luz,
garantindo o resultado final e a fixação da imagem formada. Levará em torno de
cinco minutos para finalizarmos esta parte.
Por último veem a Lavagem e a
Secagem. A primeira será feita em um tanque com água pura e corrente, para
retirar os excessos dos químicos evitando possíveis estragos nas fotografias,
mergulhadas na água por cerca de dez minutos. Depois de retiradas irão para a
secagem, que não envolve grandes mistérios, apenas alguns cuidados. Se feita na
estufa basta cuidar o tempo, mas geralmente usamos secadores de cabelo, mais
prático, fácil e acessível, só não podemos aproximar muito o vento quente das
fotografias, pois isso pode gerar rugas, bolhas de ar ou entortar o papel.
Devemos realçar que todo o processo
deve ser feito no escuro, ou em luz infravermelho, caso haja algum resquício de
luz os negativos podem ser velados. Durante o Revelador, Interruptor e Fixador
devemos ficar agitando incessantemente os tanques. É de extrema importância
observar as temperaturas recomendadas pelos fabricantes, se por ventura a
temperatura dos químicos estiver muito alta ou muito baixa, as fotografias podem
acabar superexpostas ou subexpostas, respectivamente. Para melhor conservação
dos negativos, deve-se guardá-los em porta negativos feitos de
papel manteiga ou vegetal fino. Arquivam-se as folhas num fichário de negativos e evita-se o
manuseio desnecessário. O fichário de negativos deve ser guardado em um lugar
fresco e sem umidade, de preferência longe dos químicos fotográficos.
Devemos de ser gratos também,
em parte, a Ansel Adams, que desenvolveu importantes técnicas e estilos
fotográficos relacionados a ampliação, principalmente na parte dos banhos
químicos. Combinando alguns componentes
e tempos de mergulho ele criou efeitos para as fotos, as tornando naturais e
sem modificações muito extravagantes, mas com um “algo a mais”.
César Brisotto