quarta-feira, setembro 24, 2014

O PROCESSO DE AMPLIAÇÃO

O PROCESSO DE AMPLIAÇÃO
            
           A partir de luz, aletos de prata e químicos, se tem todos os materiais necessários para realizar o processo de Ampliação em Preto e Branco. Temos que ter cuidado desde a escolha do papel fotográfico, da maneira  como fazemos a sua colocação na máquina fotográfica, até o processo de revelação e ampliação.

           Durante a revelação no laboratório, os negativos irão passar por três etapas principais, que serão os banhos no tanques com os químicos. A primeira etapa acontece no Revelador, podemos dizer que é o momento crucial, onde precisamos ter mais cautela, devido a presença dos químicos Melton ou Elon, hidroquinona, carbonato de sódio, sulfito de sódio e brometo de potássio, a imagem gravada nos aletos de prata irá ser revelada, deixamos nesse tanque por um minuto e meio, até dois, dependo da temperatura no momento relacionada à recomendação do fabricante.
            Em seguida mergulhamos no Interruptor, que é outra fase muito importante para não permitir que as fotografias fiquem veladas ou percam qualidade. A sua função é justamente interromper a tarefa do químico anterior, o Revelador. Geralmente se usa uma solução ácida que tem a propriedade de neutralizar imediatamente a ação do revelador. Deixaremos apenas trinta segundos, que serão suficientes para esta função.
        Então é a vez do Fixador, também de grande importância e valia, pois será decisiva no quesito durabilidade e resistência do trabalho, e também fará com que o papel perca a sensibilidade à luz, garantindo o resultado final e a fixação da imagem formada. Levará em torno de cinco minutos para finalizarmos esta parte. 
        Por último veem a Lavagem e a Secagem. A primeira será feita em um tanque com água pura e corrente, para retirar os excessos dos químicos evitando possíveis estragos nas fotografias, mergulhadas na água por cerca de dez minutos. Depois de retiradas irão para a secagem, que não envolve grandes mistérios, apenas alguns cuidados. Se feita na estufa basta cuidar o tempo, mas geralmente usamos secadores de cabelo, mais prático, fácil e acessível, só não podemos aproximar muito o vento quente das fotografias, pois isso pode gerar rugas, bolhas de ar ou entortar o papel.
        Devemos realçar que todo o processo deve ser feito no escuro, ou em luz infravermelho, caso haja algum resquício de luz os negativos podem ser velados. Durante o Revelador, Interruptor e Fixador devemos ficar agitando incessantemente os tanques. É de extrema importância observar as temperaturas recomendadas pelos fabricantes, se por ventura a temperatura dos químicos estiver muito alta ou muito baixa, as fotografias podem acabar superexpostas ou subexpostas, respectivamente. Para melhor conservação dos negativos, deve-se guardá-los em porta negativos feitos de papel manteiga ou vegetal fino. Arquivam-se as folhas num fichário de negativos e evita-se o manuseio desnecessário. O fichário de negativos deve ser guardado em um lugar fresco e sem umidade, de preferência longe dos químicos fotográficos.
            Devemos de ser gratos também, em parte, a Ansel Adams, que desenvolveu importantes técnicas e estilos fotográficos relacionados a ampliação, principalmente na parte dos banhos químicos. Combinando alguns  componentes e tempos de mergulho ele criou efeitos para as fotos, as tornando naturais e sem modificações muito extravagantes, mas com um “algo a mais”.
                                                                                                                            César Brisotto